A imagem impactante e original que esta casa produz é fruto do potencial criativo e artístico que a Téses Arquitetura tem a oferecer para os seus clientes. Originalidade e exclusividade somente são possíveis num projeto quando se tem uma história de dedicação à construção de um pensamento sobre a Arquitetura. O nosso portfólio conta uma parte dessa história que, em paralelo, também é composta por muitas pesquisas e reflexões. E, percorrendo essa parte que é o nosso portfólio, pode-se constatar que, com cada projeto que elaboramos, acrescentamos algo a mais na construção do nosso pensamento.

Uma das coisas que pensamos sobre a Arquitetura é que somente é possível fazê-la quando se tem o domínio das técnicas construtivas (que são o suporte para a arte que a Arquitetura é), quando se conhece a história dessa arte (e por meio de tal conhecimento compreende-se e reconhece-se os artifícios daqueles que num determinado momento fizeram Arquitetura), e também quando realmente se tem algo a dizer a partir de tal arte e esse algo a dizer, esse discurso poético, pode de fato ser constituído no tempo em que é dito. Por isso, nos nossos projetos, além de apresentarmos para os clientes nossos discursos poéticos e de demonstramos como tais discursos se apoiam no nosso domínio técnico e na nossa consciência acerca dos custos financeiros envolvidos, também demonstramos as correlações históricas que atravessam aquela determinada criação, aquele projeto em específico.

No projeto desta casa, no Condomínio Portal da Colina, em Americana-SP, podemos encontrar duas importantes imagens correlatas a duas obras feitas no período do Renascimento, uma presente numa obra de arquitetura e outra numa pintura. No Palazzo Rucellai, de 1446 a 1451, situado na cidade de Florença e projetado por Leon Battista Alberti, temos o bugnato, ou o silhar, uma técnica de cantaria, feito de forma lisa e que cria uma malha, uma trama ortogonal na superfície do edifício. Em diversas obras vemos essa técnica utilizada de forma distinta e, por exemplo, com uma aparência mais rústica e saliente. Nesta casa, temos a imagem dessa técnica acontecendo sob outras formas. Podemos reconhecê-la nos cubos suspensos sobre o jardim de pedras da entrada da casa, ou ainda na estrutura metálica que ora é preenchida por quebra-sóis ora é vazada.


Todos os elementos que constituem essa casa foram criados para potencializar os efeitos de luz e sombra proporcionados pelo sol. As texturas e o reflexo do aço inox dos quebra-sóis reforçam ainda mais tal intenção. No alto da residência, as fileiras de placas de geradores fotovoltaicos arrematam, entre os grandes planos brancos, a composição formal do conjunto.


Já na pintura de Lucas Cranach, A Era de Ouro, de 1530, tem-se o tema do Jardim do Éden. O espaço idílico dá-se dentro dos muros e uma fonte no centro da composição jorra a água que escorre no meio desse espaço que é ocupado por pessoas, pomares e animais. Há uma importante oposição entre a vida dento dos muros do Paraíso, e a vida que a paisagem longínqua fora dele apresenta. De modo análogo foi projetada, no centro desta casa, uma fonte com um espelho d’água, organizados em uma das extremidades de um eixo visual, enquanto na outra extremidade foi criada uma grande abertura de vidro que aponta para a paisagem no horizonte longínquo e fora do ambiente confortável e prazeroso da casa, reafirmando a mesma oposição entre o dentro e o fora presente na pintura de Cranach. Essa imagem arquetípica relativa ao Éden organiza todo o plano da casa e a semântica geral dos seus espaços e das particularidades dos mesmos.

A Era de Ouro, de 1530, do pintor germânico renascentista Lucas Cranach.


Dentro dos limites dessa casa, a família dos clientes pode desfrutar de algumas áreas de estar criadas em meio aos jardins meticulosamente projetados. Pode também desfrutar da piscina que contêm bancos submersos e é emoldurada por outros jardins. Ela foi pensada bem próxima da área gourmet criando uma vista muito agradável para quem ali senta-se para fazer suas refeições.

