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Escola no Santa Rita

As três grandes torres dessa escola revelam as expressivas soluções de conforto térmico criadas neste projeto que também dialoga com a história da cidade.
As três grandes torres dessa escola revelam as expressivas soluções de conforto térmico criadas neste projeto que também dialoga com a história da cidade.
a ampla quadra ocupada pela escola situa-se num importante ponto de conexão dos bairros adjacentes com as demais áreas da cidade

Num terreno de 11.687,37m², situado no bairro Santa Rita de Cássia, no município de Santa Bárbara d’Oeste, foi concebido um conjunto arquitetônico totalizando 7.034m², composto por três pátios integrados. Estes articulam duas alas, uma dedicada ao ensino infantil, contendo berçário, solário, lactário e doze salas de aula, e outra dedicada ao ensino fundamental, com mais doze salas, uma sala de informática e uma de leitura, podendo as duas alas juntas atender a 1240 alunos. Os pátios também reúnem num extremo uma ala administrativa e noutro uma ala de serviços, incluindo o refeitório.

o desenho expressivo do paisagismo está relacionado com as soluções de conforto térmico e com questões pedagógicas
a setorização em alas permitiu maximizar o aproveitamento da quadra na organização do extenso programa

Em meio a um expressivo paisagismo, o conjunto arquitetônico também foi composto por uma edificação para usos diversos, uma área para atividades pedagógicas ao ar livre, uma quadra poliesportiva, um parque, um bicicletário e um estacionamento. Estando já pronto o anteprojeto arquitetônico, com todos os seus respectivos desenhos, foi solicitada a inclusão de um auditório para complementar a infraestrutura da escola, mesmo o anteprojeto já dispondo de um palco no sistema de pátios. Em razão da pouca disponibilidade de área ainda não ocupada por aquilo que já havia sido projetado, e sendo inviável um remanejamento maior do projeto, foi possível conceber apenas um pequeno auditório para 131 pessoas.

pela proporção que o projeto as conferiu, as três torres marcam a paisagem local

Intentando otimizar o conforto térmico dos espaços, os três pátios foram concebidos, cada qual coberto por uma grande torre. Sobre os blocos que compõem todas as alas, as coberturas foram pensadas para serem ventiladas de modo que o ar pudesse percorrê-las e, dada a diferença de pressão resultante da altura das torres, o ar quente pudesse ser sugado e lançado para além de todo o conjunto. Esse sistema de ventilação das coberturas poderia ser interrompido a partir dos pátios, de modo que, nos dias mais frios, os telhados não perdessem tanto calor e os ambientes fossem aquecidos e não resfriados.

as três torres trabalham em conjunto com as coberturas das alas para prover as condições projetadas de conforto térmico

As salas de aula, além de contarem com esse sistema de cobertura ventilada, também dispõem de um sistema de ventilação cruzada, que é combinado com os beirais ajardinados e que medem três metros de profundidade, os quais circundam todo o conjunto edificado. Assim, o ar que entra nas salas de aula através do sistema de ventilação cruzada passa necessariamente pelo jardim podendo, assim, atenuar as baixas umidades de alguns períodos do ano. Além disso, os beirais foram projetados de modo que, nos períodos de insolação mais intensa, os raios solares somente entrassem nas salas fora dos horários de aula. Isso tudo não só tornou desnecessário bem como superou o uso dos brises que pela administração pública era proposto.

Sobre os blocos que compõem todas as alas, as coberturas foram pensadas para serem ventiladas de modo que o ar pudesse percorrê-las e, dada a diferença de pressão resultante da altura das torres, o ar quente pudesse ser sugado e lançado para além de todo o conjunto. Os beirais foram projetados de modo que, nos períodos de insolação mais intensa, os raios solares somente entrassem nas salas fora dos horários de aula.

Parte do paisagismo da escola foi pensado de forma didática, contendo espécies que pudessem servir de exemplo para aulas relacionadas à botânica, biologia ou geografia, por exemplo. Outra parte dele, aquela que circunda a escola, e que é composta por árvores de médio a grande porte, foi pensada para ter floradas em todas as épocas do ano, e concebida de modo a equilibrar, tanto pela cor das folhas quanto das floradas em si, o peso excessivo do amarelo da cobertura solicitada pela municipalidade. Além disso, parte do paisagismo foi concebido também em conjunto com o sistema de captação e armazenamento de águas de chuva, que serviriam para a sua própria manutenção.

a edificação para usos diversos, mesmo possuindo uma escala menor do que a das torres, de modo intencional se destaca pelas suas formas e pela sua implantação

Toda a escola foi planejada de modo acessível, tanto para portadores de necessidades especiais de locomoção, quanto para portadores de necessidade visuais. As faixas táteis estendem-se do interior da escola até o passeio que a circunda e vice-versa. Todo o conceito de escola, a partir de sua infraestrutura, foi extravasado visando-se atender à comunidade local. Para isso foram pensados acessos independentes que possibilitam o uso da sala de leitura como biblioteca e o uso da sala de informática para acesso à internet e aulas. E para inúmeras possibilidades de usa da comunidade também foram pensados acessos independentes para o auditório, os três pátios, o refeitório, a quadra poliesportiva e, em especial, a edificação acima referida como uma edificação para usos diversos. Esta última, inspirada no formato da antiga casa de câmara e cadeia da cidade, um dos edifícios de maior valor artístico e cultural situados em seu território, criação de Victor Dubugras, foi projetada para ser um símbolo da intenção de interpolação entre o ambiente escolar e a comunidade na qual ele se insere, podendo nela serem realizadas atividades tais como reuniões comunitárias, oficinas de artes, ginástica ou campanhas de vacinação, por exemplo.

A história do projeto

O projeto pedagógico previamente definido pela secretaria municipal de educação foi por ela mesma resumido no conceito escolar denominado A.D.I. (Área de Desenvolvimento Infantil). Seu principal pressuposto era criar uma escola onde ensino infantil e ensino fundamental estivessem juntos, possibilitando à criança realizar sua trajetória escolar do berçário ao último ano atendido pelo sistema municipal de ensino num mesmo local. Fora estabelecido pela administração municipal, mediante sua intenção de produzir edificações padronizadas, a obrigatória especificação de telhados metálicos em cor amarela, bem como um sistema de brises com as cores da bandeira do município. O telhado metálico amarelo teve que ser mantido no projeto, no entanto, a municipalidade aceitou a solução proposta pelo projeto no lugar dos brises.

Na sequência deste projeto, foi também concebido o projeto para uma outra A.D.I. no bairro Planalto do Sol II. Conheça mais sobre este projeto do nosso portfólio clicando no nome a seguir Escola no Planalto do Sol II.

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