por Giovana Feres Careta
O planeta tem enfrentado fenômenos naturais diversos e de consequências catastróficas os quais afetaram, e tendem a afetar cada vez mais, milhões de pessoas em todo o mundo. Aqui no Brasil, apesar disso, as ações preventivas, tais como o mapeamento das áreas de risco e a elaboração de planos preventivos, são insuficientes e não são frequentes. Somado a isso, a vulnerabilidade socioespacial é crescente em nosso meio urbano, basta olharmos para os frequentes deslizamentos de terra que deixam inúmeras famílias desabrigadas a cada chuva torrencial, entre outros exemplos.
Essa problemática, que foi tema do Trabalho Final de Graduação (TFG) da arquiteta Giovana Feres Careta em 2010, e resultou em um prêmio no 23º Ópera Prima e uma Patente de Invenção do projeto, também a levou a desenvolver um mestrado na área, intitulado “Habitação Emergencial Temporária: estudo de determinantes para o projeto de abrigos”, finalizado em 2014.
No Mestrado, diferentemente do TFG em que se desenvolveu um projeto de abrigo propriamente dito, a autora estabeleceu diretrizes, através de uma revisão bibliográfica específica, que visam nortear o desenvolvimento de um projeto adequado para um equipamento deste tipo. Através desses parâmetros estabelecidos, finalizou-se o trabalho aplicando a análise em 4 projetos referência de abrigos para avaliar sua adequabilidade enquanto um equipamento de abrigo emergencial. São eles: Paper Log House, Global Village Shelter, Protótipo Puertas e Casa de Emergência Teto.

Paper Log House (Shigeru Ban / UNHCR, 1995): desenvolvido a partir de tubos de papel, lona e engradados plásticos de cerveja preenchidos com areia. Foi aplicado após o terremoto “Grande Sismo de Hanshin-Awaji” no Japão, e em outras localidades nas quais teve-se a adaptação do projeto.
Foto: Shigeru Ban Architects, acesso 2023.

Global Village Shelter (Daniel e Mia Ferrara, 1995-2004): estruturas dobráveis em papel corrugado ondulado. Foi desenvolvido para refugiados de guerras civis africanas e também foi aplicado em massa na região do Caribe após o furacão “Ivan”.
Foto: Smithsonian Design Museum, acesso 2023.

Protótipo Puertas (Cubo Arquitectos, 2005): desenvolvido com placas modulares de OSB, pallets de madeira, madeira de pinus, plástico bolha e lona com perfil de aço. O protótipo foi criado junto à Faculdade de Arquitectura da Universidade Central do Chile, mas não foi aplicado a situações emergenciais.
Foto: Archdaily.cl, acesso 2023.

Casa de Emergência Teto (ONG Teto): segue o modelo chileno “mediaguas” com madeira de pinus e telha metálica. Foi utilizado em assentamentos precários na América Latina e Caribe.
Foto: Paraná Portal Uol, acesso 2023.
Para entender quais diretrizes foram estabelecidas para a análise da adequabilidade de um abrigo emergencial e como esses projetos de abrigo acima foram avaliados, acesse o documento de Mestrado na íntegra disponível no Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp ou então na Biblioteca Virtual da Fapesp, que foi a agência financiadora dessa pesquisa.
